quinta-feira, 1 de julho de 2010

Contexto Histórico da Fazenda Resgate





A Resgate só foi oficializada uma fazenda, quando foi dote de casamento Alda Rumana de Oliveira com o coronel Inácio Gabriel Monteiro de Barros, em 1828. Nessa época, a Fazenda Resgate possuía 77 escravos, que contribuíam na produção de oucinho, milho, feijão, farinha e café.

Em 1833, o comerciante açoriano José de Aguiar Toledo comprou a fazenda. Toledo chegou ao Brasil em meados do século XVIII (cerca de 1750), e se instalou em Bananal (localização da Fazenda Resgate) no início do século XIX, trazendo consigo, de Minas Gerais, a solução arquitetônica implantada na fazenda e o pioneirismo no plantio do café em larga escala na região.

Em 1838, por ocasião do falecimento de José de Aguiar Toledo, a Fazenda Resgate e suas demais propriedades são deixadas como herança para seus oito filhos. Em pouco tempo, Manuel de Aguiar Valim um dos oito irmãos, compra dos irmãos suas partes da fazenda Resgate e estabelece moradia na propriedade.

Em 1844, O Comendador Manuel de Aguiar Valim casa-se com Domiciniana Maria de Almeida, filha do comendador Luciano José de Almeida, dono da Fazenda Boa Vista e possuidor de uma das maiores fortunas do Brasil à época. Em 16 de setembro de 1884, foi-lhe conferido o título de Barão de Aguiar Valim, por decreto imperial.

Em poucos anos, Manuel de Aguiar Valim aumentou substancialmente sua fortuna e, em 1855, resolve fazer uma reforma na casa de vivenda da Resgate. Assim, o Senhor Brusce principia as obras no sobrado, adaptando-o ao estilo neoclássico, tão adaptado em Paris.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A História




A fazenda Resgate fazia parte da fazenda três barras e foi entregada como dote de casamento de Alda Rumana de Oliveira Arruda com o Coronel Ignácio Gabriel Monteiro de Barros. A fazenda na época era policultora e em 1833 foi vendida a José de Aguiar Toledo, dono de diversas outras fazendas era o primeiro a plantar café na região que a transformou em uma fazenda cafeeira.

Para transformar a fazenda em cafeeira, Toledo fez modificações estruturais como a construção de moinhos, engenhos de socar e tulhas armazenamento. E ao falecer a casa foi deixada de herança a seus filhos e nos anos 40 e 50 seu filho Manoel de Aguiar Vallim comprou o restante da casa de seus irmãos e reformou-a.

Vallim obteve sucesso no plantio do café e para tal utilizava muito do tráfico negreiro, mesmo após sua proibição em 1850 chegando a ser acusado de financiar o desembarque de escravos em dezembro de 1852, Manuel Vallim era então delegado de polícia e diante das acusações renunciou o cargo, chegou a ser preso e logo após absolvido. Esses problemas no entanto renderam-lhe um trauma, o coronel que iria seu barão teve seu título negado pela família imperial.

Porém a questão da escravidão colocava seus negócios em risco e com a lei do ventre livre em 1871, Valiim representou Bananal contra a proposta de lei, porém não obteve resultados. Manuel Vallim morreu em 1878 deixando sua fazenda a sua viúva, D. Domiciana Vallim.

Após o período da morte de Vallim a fazenda foi vendida diversas vezes, sabe-se que após a abolição e a república, a fazenda foi vendida ao português Domingos Moitinho, que acabou hipotecando-a, em 1914 seu Fernando Moitinho e sua esposa pagaram a hipoteca e obtiveram a casa novamente, porém com a morte de uma das filhas do casal o casal acabou mudou-se e abandonaram a casa.

Quando Fernando Moitinho morreu a casa foi vendida e não há histórico de quem a comprou porém, logo após a primeira guerra a casa foi comprada pelo uruguaio Pedro Vellede, neste período a casa foi praticamente abandonada e mais tarde vendida a um francês, Gustavo Masset este ficou com a casa até o período de seu tombamento com início em 1950 e finalizado em 1964 quando a fazenda passa a fazer parte do livro de belas artes por sua construção e decoração feita com pinturas a capela privada.

No período após o tombamento, a fazenda passou por restaurações, primeiro quando foi comprada por Carlos Eduardo Machado da Silva com a ajuda do IPHAN. Hoje a casa pertence ao Almirante Braga, que abre a casa para visitação durante a semana e utiliza-a normalmente aos fins de semana.


Arquitetura


A Fazenda Resgate foi reformada em estilo neoclássico, forma arquitetônica que tomava espaço em Paris na metade do século XVIII.A reforma foi realizada por Senhor Brusce, a pedido do proprietário da época, Manuel de Aguiar Valim.

A fazenda primeiramente foi construida em função do estilo senhorial português, em meados do século XVIII, que possuia apenas um nível de pavimento, adaptada mais tarde à solução mineira de produção de café, que possuia dois pavimentos, na primeira metade do século XIX. Em seguida, a fachada ganhou o toque néoclassico com uma escada central. A reforma em geral, foi realizada com materiais que diferem daqueles que foram usados na contrução da casa, por exemplo, o primeiro pavimento foi feito de pedras e pau-a-pique enquanto o segundo foi contruido com tijolos de adobe.

Apesar do estilo neoclássico, o fundo da residência não possui dois andares, e a planta da casa tem o formato de ‘U’ com algumas mansardar, janelas dispostas sobre o telhado. A reforma também abarca o pátio interno, que recebeu inovações. A sala de jantar foi colocada junto a ele para fins de arejamento e iluminação, como era de costrume nas residências burguesas na França, idealizando uma nova disposição do espaço.

A partir de 1858, o pintor espanhol José Maria Villaronga começa a pintar o segundo pavimento do casarão do Resgate. No hall de entrada encontram-se retratados os produtos agrícolas da fazenda. Na sala de visitas, em estilo barroco, pássaros brasileiros e detalhes em madeira coberta com folhas de ouro. Na sala de jantar, três afrescos: em posição central, a riqueza do proprietário, ladeando esta pintura, mais dois afrescos que representam a colônia chinesa de Bananal. A capela também se destaca por suas pinturas e detalhes em madeira com folhas de ouro. No mezanino, afrescos com várias representações de Nossa Senhora. No primeiro pavimento, além do altar em estilo barroco e das diversas pinturas, um grande afresco retratando o batismo de Jesus é peça central deste espaço.

Hoje a Fazenda Resgate foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional e é considerada uma das cem mais belas e importantes edificações da história do Brasil.

Escravos

Apesar do tráfico negreiro de africanos para o Brasi,l ter sido proíbido em novembro de 1831, a lei não foi acata com grande eficiência, tendo assim como consequência na decáda de XIV uma itensa desembarcação de escravos na costa verde de Sepetiva a Paraty. Esses desembarques eram realizados através do apoio dos fazendeiros de café, do Vale do Paraíba. Com a atuação da lei em base a proibição do tráfico negreiro esses desemparques acabaram.

Em seu auge da produção cafeeira, a Fazenda Resgate contava com mais de 400 escravos onde aproximadamente: 50 eram destinados a serviços de ordem direta ao senhor , sendo cinco caseiros, treze cozinheiros, cinco pajens, sete costureiros, um alfaiate, duas amas, oito mucamas, um copeiro, um sapateiro, um barbeiro, duas lavadeiras, uma rendeira , um seleiro e um hortelão. O primeiro pavimento da casa abrigava as mucamas e o uma construção,erguida a frente da casa, em um complexo enorme ficavam as senzalas para os demais escravos.

Para que fica-se bem organizado as idas e vindas dos escravos, havia um livro, onde se anotava: nome, origem, idade e filhos. Com base nesses datos o proprietário decidia os que ele iria vender, leiloar, alugar, ou até mesmo hipotecar, e aqueles aos quais ele gostaria que trabalha-sem em sua fazenda.

Influência do Café na Fazenda Resgate

A Fazenda Resgate surge, em 1828, de um local denominado “O Resgate”, que fazia parte da Fazenda Três Barras. Nessa época, a fazenda produzia toucinho, milho, feijão, farinha e café. Mas, foi em 1833, quando José de Aguiar Toledo comprou a fazenda, que essas terras se tornariam produtoras de café em larga escala, além de umas das mais importantes da região do Vale do Paraíba.

Devido ao clima propício e as terras férteis, o grão se desenvolveu de modo a contribuir com o enriquecimento da região, passando a ter grande importância na economia nacional.

Em 1838, com a morte de José de Aguiar Toledo, a Fazenda Resgate e todas as outras propriedades foram deixadas como herança para seus oito filhos. Um desses filhos, Manoel de Aguiar Vallim, comprou as outras todas as partes.

Em 1844, Vallim casou-se com Domiciana de Almeida, filha do comendador Luciano José de Almeida, dono da Fazenda Boa Vista e proprietário de uma das maiores fortunas do Brasil na época.

Assim, Manoel Vallim consegue aumentar significativamente sua fortuna, que chegou a representar 1% de todo o papel moeda impresso no país.

A plantação encontrava-se na parte da frente da casa grande, e era linear. Além de facilitar o transporte do grão, essa disposição fornecia ao Barão do café, uma visão clara de suas duas maiores riquezas, os escravos e o café. Mas, por outro lado, a plantação linear causava a lixiviação e, conseqüentemente, o desgaste das terras. Isso fez com que, já no fim do século XIX, o solo não apresentasse a mesma eficácia de antes, provocando o inicio do declínio da produção de café, não somente na Fazenda Resgate, mas, também em todas as outras fazendas da região.

Além do empobrecimento do solo, outros dois acontecimentos enfraqueceram a economia da região: a abertura da ferrovia Santos-Jundiaí, que facilitou o escoamento da produção de outras regiões do país, como a produção cafeeira do oeste paulista; e a abolição da escravidão, em 1888.

Na tentativa de não perderem suas fortunas, os filhos dos Barões do Café, transformaram os cafezais em pastagens. Mas, essa tentativa foi insuficiente. Rapidamente, a região foi perdendo o seu posto de grande produtora de café e a importância para a economia do país. Era o fim dos tempos áureos.